Agricultura Familiar Sustentável no Brasil

O Futuro da Produção de Alimentos: Desenvolvimento Sustentável e Segurança Alimentar Global

A agricultura familiar desempenha um papel fundamental na produção de alimentos, na geração de empregos e no desenvolvimento das comunidades rurais. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 80% dos alimentos consumidos no mundo são produzidos por agricultores familiares. Além de garantir a segurança alimentar, a agricultura familiar é essencial para a preservação ambiental e para o combate às mudanças climáticas, especialmente quando conduzida de forma sustentável.

O que é Agricultura Familiar Sustentável?

A agricultura familiar sustentável combina práticas agrícolas que respeitam o meio ambiente, promovem a inclusão social e garantem a viabilidade econômica das famílias produtoras. Este modelo busca equilibrar os aspectos econômico, social e ambiental, permitindo que as famílias agricultoras prosperem enquanto protegem os recursos naturais para as gerações futuras.

Práticas Sustentáveis na Agricultura Familiar

1. Rotação de Culturas: Alternar os tipos de culturas cultivadas em uma mesma área reduz o esgotamento do solo e previne pragas e doenças.

2. Agroecologia: Adotar princípios ecológicos na produção, como o uso de adubos orgânicos e o manejo integrado de pragas.

3. Conservação do Solo e da Água: Implantar práticas como terraceamento, plantio direto e sistemas agroflorestais para evitar erosão e manter a qualidade dos recursos hídricos.

4. Uso de Tecnologias Sustentáveis: Incorporar tecnologias de baixo impacto ambiental, como irrigação por gotejamento e energia solar.

5. Valorização das Culturas Locais: Resgatar sementes crioulas e cultivar alimentos tradicionais, promovendo a biodiversidade e fortalecendo as tradições locais.

A agricultura familiar é responsável por manter pequenos municípios economicamente ativos e empregados. Nesses pequenos municípios, a maior parte do comércio de produtos naturais vem da agricultura familiar sustentável que, entre tantos benefícios, é responsável pela Promoção de alimentos saudáveis; Autonomia social e econômica para as famílias agricultoras; Inclusão da juventude rural e Redução das desigualdades de gênero.

Agricultura Irrigada e Sustentabilidade no Brasil

O Brasil deu um importante passo na promoção da agricultura familiar sustentável ao integrar a irrigação como elemento-chave no desenvolvimento do setor. Recentemente, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconheceu o Polo de Irrigantes do Distrito Federal, aumentando para 15 o número de pólos de agricultura irrigada no país.

O Papel dos Pólos de Agricultura Irrigada

Os polos de agricultura irrigada são uma iniciativa estratégica que recebe apoio do Governo Federal para promover a produção agrícola sustentável, especialmente em regiões com potencial hídrico. Entre as ações realizadas estão o repasse de recursos financeiros, o planejamento de atividades e a articulação entre produtores e órgãos governamentais.

O Distrito Federal foi destacado pelo MIDR como uma região com grande potencial para a agricultura irrigada, devido à abundância de recursos hídricos e mananciais, bem como à presença de pequenos produtores familiares que são cruciais no fornecimento de hortaliças e frutas para a região. “Essa é uma forma de implementar a Política Nacional de Irrigação, a partir de um trabalho conjunto entre o MIDR, estados, municípios e as organizações dos irrigantes”, afirmou Giuseppe Vieira, Secretário Nacional de Segurança Hídrica.

Benefícios e Impactos Locais

A inclusão do Distrito Federal como polo de agricultura irrigada representa uma oportunidade única para fortalecer a economia regional, melhorar a eficiência do uso da água e garantir a segurança alimentar. Produtores como Arnaldino José de Sousa, da cidade de São Sebastião, destacaram a importância dessa medida: “Esse incentivo será de suma importância para o crescimento da produção em Brasília. A questão da irrigação era uma grande carência que tínhamos aqui na região, em especial para o pequeno produtor”.

As regiões administrativas contempladas pelo polo incluem diversas áreas do Distrito Federal, como Planaltina, Ceilândia, Taguatinga, São Sebastião, entre outras. Essas regiões reúnem as condições necessárias para expandir a produção de alimentos e contribuir para o atendimento da crescente demanda global.

A Década das Nações Unidas para Agricultura Familiar 2019-2028

Aprovada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro de 2017, a Década das Nações Unidas para Agricultura Familiar 2019-2028 proporciona diálogos e soluções a partir da Agenda 2030 e dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A Década atua a partir das discussões de um comitê intitulado “Comitê Diretor da Década”, no qual se fazem presentes 3 organizações globais de agricultores familiares, 5 organizações regionais e 24 países.

Com base nesse Comitê, são criados e aprovados vários planos gerais para levar os próprios países a desenvolverem estratégias e políticas públicas visando a uma agricultura familiar integrada ao desenvolvimento sustentável — e ainda proporcionando à FAO e ao FIDA maior clareza em relação à situação de cada país.

Dessa forma, a agricultura familiar pode oferecer a produção de alimentos saudáveis, a partir de técnicas que ajudam a preservar a biodiversidade e o meio ambiente, além de assegurar o consumo de produtos naturais saudáveis e de qualidade sem deixar de lado o crescimento econômico.

Agricultura Familiar Sustentável e os ODS

A agricultura familiar sustentável está diretamente alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, contribuindo para diversas metas globais:

  • Erradicação da Pobreza (ODS 1): Fortalece a economia das famílias agricultoras, proporcionando acesso a recursos básicos e oportunidades de desenvolvimento.
  • Fome Zero e Agricultura Sustentável (ODS 2): Aumenta a produção de alimentos de maneira sustentável, garantindo segurança alimentar e nutricional.
  • Saúde e Bem-Estar (ODS 3): Promove a produção de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos, beneficiando a saúde da população.
  • Água Potável e Saneamento (ODS 6): Implementa práticas de uso eficiente e conservação dos recursos hídricos, fundamentais para a irrigação sustentável.
  • Trabalho Decente e Crescimento Econômico (ODS 8): Gera empregos no campo, melhora as condições de trabalho e estimula o desenvolvimento rural.
  • Redução das Desigualdades (ODS 10): Oferece mais oportunidades para pequenos agricultores, diminuindo desigualdades econômicas e sociais.
  • Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11): Contribui para o abastecimento alimentar de centros urbanos, promovendo um desenvolvimento mais equilibrado.
  • Consumo e Produção Responsáveis (ODS 12): Incentiva práticas sustentáveis na cadeia de produção e consumo de alimentos.
  • Ação Contra a Mudança Global do Clima (ODS 13): Reduz emissões de gases de efeito estufa com práticas agrícolas regenerativas e manejo sustentável do solo.
  • Vida na Terra (ODS 15): Conserva a biodiversidade e promove o manejo sustentável dos ecossistemas terrestres.
  • Parcerias e Meios de Implementação (ODS 17): Incentiva a cooperação entre governos, produtores e organizações para o desenvolvimento de políticas e tecnologias agrícolas sustentáveis.

Ao priorizar políticas e práticas que integram a sustentabilidade à produção agrícola, o Brasil reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e estabelece uma base sólida para enfrentar os desafios globais de forma integrada e responsável.

Irrigação no Contexto Global

Projeções da FAO indicam que até 2050, com a população mundial estimada em 10 bilhões de pessoas, será necessário aumentar a produção de alimentos em até 70%. O Brasil, responsável por cerca de 60% da produção global estimada, tem na irrigação uma ferramenta essencial para garantir a segurança alimentar mundial.

A agricultura familiar sustentável, combinada com a irrigação eficiente, desponta como uma solução para enfrentar os desafios da segurança alimentar, das mudanças climáticas e da preservação ambiental. O reconhecimento de novos pólos de agricultura irrigada, como o do Distrito Federal, reforça o compromisso do Brasil com o desenvolvimento rural e a sustentabilidade. Alavancar essa iniciativa requer investimentos contínuos, capacitação e um trabalho conjunto entre governo, agricultores e sociedade civil.

Descubra como o Brasil está liderando o combate à pobreza na América Latina! Clique aqui para ler nosso artigo exclusivo e entender as estratégias que estão transformando a realidade social e econômica do país.